Caros leitores, hoje apresento-vos aqui aquele que é considerado quase unanimemente o cavalo toureiro mais famoso de todos os tempos, Cagancho.
Este cavalo de ferro João Batista foi adquirido em 1991 por Pablo Hermoso de Mendoza a Brito Paes numa Feira do Cavalo na Golegã. Nesta altura Pablo estava longe de pensar no que este cavalo se iria tornar. Filho de Nilo e de uma égua desconhecida este Lusitano com descendência Veiga foi comprado por cerca de 400 contos por ser o cavalo mais fraco de toda aquela quadra e por se encontrar enfermo numa pata. Devido à sua excelente árvore genealógica (filho de Nilo e sobrinho de Opus e Neptuno) o rejoneador Navarro decidiu apostar nele e levou-o para a sua quinta em Estella, Pamplona, curando-o e dando-lhe doma clássica.
O cavalo começou a responder de forma satisfatória ao treino e passados dois anos Pablo concluiu que se sentia nele como em mais nenhum cavalo se tinha sentido. Seguiram-se cerca de 10 temporadas ao mais alto nível com grandes actuações e muitos prémios conquistados. No principio e no fim de cada actuação existiam pessoas à espera para o ver descer e subir para o camião o que demonstra a enorme empatia e fama que o cavalo criava na praça com o público.
Em 2002 chegou ao fim a carreira deste toureiro de 4 patas. Já com 16 anos mas ainda com plenas capacidades, o rejoneador decidiu retira-lo para lhe dar o merecido descanso e hoje em dia, com 22 anos, desfruta das bonitas pastagens da finca de Hermoso de Mendoza onde cumpre a função de semental. Esperam-se ansiosamente as novas gerações mas muito dificilmente aparecerá novamente um cavalo assim.
Na foto abaixo pode ver-se a sua volta de honra na praça da cidade do México. Este gesto repetiu-se em Madrid e Pamplona na sua última temporada.
2 comentários:
O Merlin com seu toureio emocionante com sua flexibilidade seu instinto toureiro é muito melhor que o caganho.
O Merlin faz tudo com mais irreverência do que o Cagancho.O Cagancho por sua vez fazia tudo com muito mais temple e naturalidade descontraindo e entregando-se muito mais durante a lide. Ambos chegaram muito ao público, o Merlin pela sua exuberância e pelagem e o Cagancho pela sua grande morfologia e pela naturalidade e facilidade com que executava as sortes.
Eu, se tivesse que escolher, preferiria o Cagancho para tourear e o Merlin para padrear.
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