Das várias corridas a que assisti este ano e das crónicas que tenho lido das corridas mais mediáticas em Portugal e Espanha, tem-me ficado na mente uma situação bastante grave, a crise ganadera.
Começando por nuestros hermanos, a Feira de San Isidro-Madrid foi um verdadeiro fracasso a todos os níveis. Nunca terá havido tantos toiros rejeitados nos reconhecimentos veterinários como este ano. Uma ganadaria chegou mesmo a retirar-se de uma corrida porque viu todos os seus 8 toiros serem rejeitados. A ganadaria Portuguesa de Palha lidou apenas 4 toiros depois de no ano passado ter saído como grande triunfadora da feira. Um desastre em que, na minha opinião, os principais culpados são as figuras do toureio a pé e do rejoneo que põem e tiram de moda as ganadarias conforme os ganadeiros lhes colocam os touros mais ou menos a seu gosto.
Cá por Portugal ainda vamos passando por cima das preferências dos toureiros (Pablo e Ventura à parte...) visto que não existe um toureiro que por si só encha as praças onde actue. Assim sendo, e porque há ganadarias que se impõem pela sua qualidade e antiguidade, o nosso toureio à portuguesa vai tendo bastante variedade no que a touros diz respeito, sendo que as ganadarias mais duras continuam a viver dias mais difíceis no que toca à composição dos cartéis do que as murubenhas (compostas por touros de casta Murube) que todos querem lidar.
As únicas ganadarias que vi este ano triunfarem em Portugal foram a Vale Sorraia em Vila Franca e a Passanha em Coruche (que grandes corridas), sendo que a Passanha está no lote das ganadarias mais cómodas e a Vale Sorraia no das ganadarias mais duras de casta Portuguesa.
As próximas três corridas no Campo Pequeno são a nível ganadero importantíssimas para definir a temporada. Primeiro, já na quinta-feira, temos uma corrida de Pinto Barreiros, toiros de casta Portuguesa que costumam dificultar muito a vida aos cavaleiros e trazer grande emoção à arena. Depois teremos os Passanhas, que após as boas prestações em Coruche e Álcacer tentarão brilhar na principal arena do País, e finalmente, a fechar o mês de Julho, toiros de Murteira Grave, a ganadaria triunfadora do ano passado e uma das mais conceituadas em Portugal que mistura de forma muito particular o encaste Domeck com a casta Portuguesa.
Há 15 anos
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