quarta-feira, 29 de julho de 2009

Parladé - Pinto Barreiros VS Murube-Urquijo

A principal figura da festa brava é sem dúvida o touro bravo.

O touro é um produto do homem, disso ninguém pode ter dúvidas. É o homem que controla o seu nascimento, o seu desenvolvimento e que o selecciona com base na sua apresentação e principalmente com base no seu comportamento. E é o facto de o comportamento ser uma característica tão peculiar e tão difícil de desenvolver que torna o touro bravo num animal tão carismático e tão peculiar.

Podem-se dividir os touros para o toureio a cavalo em dois tipos: os de encaste Murube e os de encaste Parladé. O encaste de um touro não é mais do que a sua raça; um conjunto de características comuns dentro de uma espécie.

Os toiros de encaste Murube-Urquijo apresentam maior facilidade para galopar templadamente ou seja sem muita velocidade. Normalmente são baixos mas bastante pesados atingindo com frequência mais de 550 Kg aos quatro anos. São normalmente apontados como aqueles que maiores êxitos permitem aos cavaleiros sendo porém os que menos perigo provocam durante uma lide transmitindo assim menos emoção ás bancadas. São exemplos deste encaste as ganadarias de Luis Passanha (na foto), Guiomar Cortes Moura, Romão Tenório ou Branco Núncio.

Os toiros do encaste Parladé são touros muito distintos dos referidos anteriormente. São touros com cabeças altas e bem armadas, muito musculados e atléticos o que faz deles muito perigosos para cavalos e cavaleiros devido à sua velocidade. Em Portugal, Pinto Barreiros(na foto) é a ganadaria que possui o puro Parladé e devido a ter dado descendência a muitas outras ganadarias é denominada a ganadaria mãe portuguesa. Outras ganadarias importantes deste encaste são Oliveira Irmãos, Palha, Rio Frio, Herdade de Pégoras(na foto) ou João Moura por exemplo.

Depois de escolhido o encaste para uma ganadaria, cabe ao seu proprietário definir e ajustar o touro àquilo que deseja que sejam os seus exemplares em praça. A mim pessoalmente agradam-me bastante mais os chamados touros à antiga portuguesa (procedências de Pinto Barreiros e Oliveira Irmãos) pela velocidade, risco e emoção que transmitem. Inclusivamente, em termos de apresentação também aprecio mais estes touros pela sua forma mais atlética em contraste com o elevado peso que os Murubes apresentam.

João Marcos

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