terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Animalistas amigos do negócio!


Tirei do Facebook este maravilhoso texto de José do Carmo Reis. Não conheço o autor mas faço-lhe desde já uma vénia. Grande artigo de opinião!

O jornalista sueco, E.H. Omblquist, escreveu um artigo interessantíssimo, no qual expunha as ligações entre as grandes empresas de alimentos e acessórios para animais e os grupos ditos animalistas. Lembro-me particularmente de um parágrafo onde dizia com uma certa graça que, aos animais de companhia só lhes falta que se legisle no sentido da liberdade religiosa para que se tornem no maior negócio do mundo!
Realmente, só um cego não consegue ver! A indústria para animais domésticos ou de companhia gera em todo o mundo um desconcertante volume de negócios estimado em cerca de 25 biliões de dólares! Os sectores são tão diversos como a alimentação, acessórios, estética, cuidados veterinários, hospitais e até funerais! Multinacionais como a Mars, a Ralston, a Néstle-Purina e a Procter and Gamble, são líderes de mercado e não abrem mão de um negócio que viram incrementado, só na última década, em mais de 120%! De facto, os principais interessados neste negócio são exímios na utilização dos movimentos de “defesa animal” em proveito próprio. Quanto mais humanizados estiverem os animais irracionais, mais impactos causarão as campanhas publicitárias que por sua vez gerarão a nova avalanche de milhões. O conceito de “defesa animal” é, aliás, a melhor publicidade e simultaneamente a mais eficaz arma de que estas marcas dispõem, e é sobretudo gratuita! É assustador quando nos detemos nos números! A luta travada por estas empresas, mesmo quando muitas testam os seus produtos em animais, é gigantesca e perante nada se detém.
Só nos Estados Unidos gasta-se anualmente com animais de companhia o equivalente ao Produto Interno Bruto da Etiópia! Na Inglaterra, os gastos anuais no mesmo sector, atingem já os 5 biliões de libras! Tudo isto levou E.H. Omblquist a concluir, e eu a concordar, que a capacidade de manobra legislativa, e a influência junto dos governos que estas empresas possuem, só é comparável àquela de que dispunham as empresas petrolíferas nos anos 80.
A estratégia é simples e encontra-se bem definida. Aproximar cada vez mais o animal irracional ao ser humano tanto em direitos como em necessidades! Como se consegue isto? Através de estratégias de comunicação favoráveis ao animal irracional, humanizando-o! Nisto estas multinacionais são exímias, e conseguem-no através da mobilização “cívica” de uma pseudo sensibilidade bem intencionada de alguns cidadãos. E é contra este movimento que se enfrenta a tauromaquia mundial! Foram aprovadas em todo o mundo, e nos últimos anos, mais de 150 leis de “protecção animal”, em todas as direcções! Legisla-se muito, mas como quantidade nunca significou qualidade, tende-se a produzir leis descabidas, sem nexo, e para onde são menos necessárias. Pretende elevar-se a fasquia, na tentativa de que o mundialmente reconhecido conceito de “bem-estar animal” atinja o almejado patamar de “dignidade animal”. Como? Nivelando por baixo!
Não é segredo que a ILC que levou ao fim das touradas na Catalunha foi abastecida financeiramente por dinheiros provenientes, maioritariamente, de Inglaterra! Também não é segredo que a luta anti-touradas no Equador contou, essencialmente, com dinheiro proveniente da Suécia! Omite-se, isso sim, que a criação do touro bravo assenta em pressupostos que nada ficam a dever àqueles defendidos pelos movimentos animalistas, ou pelo mais aguerrido dos ecologistas e pretende-se, acima de tudo, colocar o touro na condição de “animal frágil e indefeso”! Mesmo que no fim se tenham de sacrificar as vacas e os touros, e todo o ecossistema de que são guardiões, haverá sempre justificação, pois falamos de um animal que por força das campanhas engendradas se quer definir como se de um cão ou um gato se tratasse e aproximá-lo por definição aos restantes. A tauromaquia é, hoje em dia e em todo o mundo, a ponta da espada desta luta! É a face visível, até porque é ela própria que dá visibilidade aos grupos que contra ela se manifestam esquecendo, convenientemente, todo um sector de actividade, todo o impacto económico, social e ambiental que a Festa propicia. A mim, neste aspecto em particular, não me restam duvidas de que quando falamos em “causa animal”, “defesa animal”, “anti-touradas” e “anti-taurinos” estamos, efectivamente, a falar de um negócio à escala global. Esse negócio é alimentado por uma estratégia de comunicação bem conseguida, que dispõe de recursos financeiros praticamente inesgotáveis e dedicada em exclusivo a caracterizar o touro bravo como animal indefeso e abusado.
Não é necessário um Q.I. espantoso para verificar a facilidade com que organizações como a PETA conseguem financiamentos. Não é necessário ser um génio para perceber a facilidade com que essa organização faz deslocar indivíduos de diferentes países para se manifestarem contra a tauromaquia, várias vezes por ano, em diferentes locais do mundo. Mas já é necessário estar ao nível intelectual do Einstein para entender porque gasta esta organização tanto dinheiro em campanhas de “defesa animal” e “contra as touradas”, e insiste em matar, sem contemplações, 85% dos animais que tem a seu cargo, sem que previamente lhes seja dada a possibilidade de adopção? Agora o que nem mesmo o bom do Albert compreenderia é a razão porque num mundo onde, segundo a Acção Contra a Fome, bastariam 480 milhões de Euros para acabar com esse flagelo em cerca de 20 milhões de crianças subnutridas, se gastam biliões em rações gourmet, casaquinhos, botinhas, borlas e lacinhos para os animais e, por arrasto, alguns milhões mais a tentar acabar com as touradas?

Será uma questão de prioridades?


José do Carmo Reis

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